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Com possibilidade de novos cortes na Selic, onde investir seu dinheiro?

Dentro deste contexto econômico nacional e internacional, como ficam os seus investimentos?

Autor: Diego Lazzaris BorgesFonte: InfoMoney

Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu reduzir a Selic (taxa básica de juros) em 0,5 ponto percentual para 11,5% ao ano e o colegiado sinalizou, por meio da ata divulgada na quinta-feira (27), que devem haver mais cortes.

No mercado internacional, as atenções continuam voltadas para Europa, onde os líderes da Zona do Euro anunciaram, também na quinta-feira, a aprovação do plano de reformas contra a crise na Zona do Euro. Dentro deste contexto econômico nacional e internacional, como ficam os seus investimentos?

Na opinião do professor do LabFin (Laboratório de Finanças), Keyler Carvalho Rocha, o investimento em renda fixa, principalmente por meio do Tesouro Direto, continua sendo uma opção bastante atrativa e rentável, mesmo com os dois cortes na Selic nas últimas reuniões do Copom e com estimativas de mais reduções. “A taxa de juros no Brasil ainda está muito alta e continua favorecendo este tipo de aplicação”, afirma.

O professor lembra que, mesmo que a taxa seja reduzida nas próximas reuniões, os juros brasileiros ainda são muito maiores do que em outros países. “Na Europa e nos Estados Unidos, a taxa de juros fica próxima do zero, ou é até mesmo negativa”, afirma Rocha.

Investimentos de renda fixa
De acordo com o gestor da Lecca, Georges Catalão, os recentes cortes da Selic e a sinalização de novas quedas trazem à tona o temor de que a inflação avance ainda mais. “Com o início de um ciclo de expansão monetária do Banco Central, a situação inflacionária brasileira fica ainda mais complicada”, diz. 

Por isso, o especialista acredita que os títulos públicos atrelados ao IPCA são a alternativa mais interessante para o investidor na situação atual da economia. Isso porque, com eles, é possível garantir um ganho real, mesmo que os preços subam.

“Na categoria de renda fixa, o ideal é investir nestes títulos, já que a desaceleração da economia global e o arrefecimento dos preços das commodities não serão suficientes para trazer a inflação de volta ao centro da meta antes de 2013”, diz. 

O professor do LabFin também indica o investimento em títulos indexados à inflação, devido às perspectivas de aumento dos índices de preços. “O Tesouro Direto oferece custos muito baixos e um retorno atrativo”, diz. "E os títulos atrelados à inflação podem garantir um bom retorno se os preços subirem", continua. 

Outra alternativa, segundo Rocha, pode ser os títulos prefixados. Com eles, o investidor garante rentabilidade de acordo com a taxa atual de juros, antes que ela recue. "Entretanto, esses títulos não protegem da inflação", afirma.

Além dos títulos públicos, Rocha lembra que o CDB (Certificado de Depósito Bancário) também pode ser uma alternativa rentável para os investidores. Mas, segundo ele, antes de optar pela modalidade é importante se atentar para os prazos e negociar uma taxa elevada com o banco. Isso porque a rentabilidade do CDB pós-fixado é baseada no CDI (Certificado de Depósito Interbancário) – ou seja, os bancos oferecem um percentual do CDI como rentabilidade do CDB.

Em muitos casos e dependendo do banco, é possível conseguir uma rentabilidade de 100% do CDI, ou até mais.

Renda variável
Esta semana, a Bolsa de Valores de São Paulo acumula forte alta de 7,27% (com base no fechamento de quinta-feira - 27), impulsionada pelo otimismo do mercado após a reunião entre líderes da Zona do Euro. Com a possibilidade de mais reduções na Selic, também seria natural um interesse maior pelo mercado de renda variável.

Entretanto, os especialistas ainda estão cautelosos com este mercado, por conta das grandes incertezas que rondam as economias internacionais. Para o professor do LabFin, o momento ainda é de instabilidade na bolsa, mas existem empresas que podem proporcionar uma boa rentabilidade para o investidor, principalmente no longo prazo.

“É difícil saber se já caiu tudo ou se pode cair mais. Mas é fato que muitas ações estão 'baratas' e o investidor pode aproveitar para começar a comprar ao poucos”, afirma Rocha.

Segundo ele, quem se interessa pelo mercado de renda variável também tem a alternativa de aumentar a exposição em ações que pagam bons dividendos (distribuição dos lucros entre os acionistas minoritários), para proteger a carteira da volatilidade do mercado. “As empresas de energia elétrica, por exemplo, costumam remunerar bem os acionistas com dividendos”, diz o professor.

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