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Os desafios das pequenas empresas no novo ano

A trajetória das vencedoras é uma lição de negócio para todos empreendedores em 2013.

Autor: Eliana HaberliFonte: Diário do ComércioTags: empresariais

Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo! A virada do calendário é oportunidade inigualável para melhorar a gestão financeira e de recursos humanos das empresas. Vale a pena persistir em busca de competitividade em 2013. Quem melhor ensina isso são os negócios vencedores do Prêmio do Sebrae SP.

Na virada do ano, uma certeza se consolidou no segmento das pequenas e microempresas do País: a informação é a melhor ferramenta de sobrevivência e de crescimento de um negócio.
A constatação, que vem se fortalecendo em muitos programas de apoio administrativo ao segmento, ficou clara na mais recente análise do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae SP), feita para indicar os vencedores da etapa estadual do "Prêmio MPE Brasil de Competitividade".

Participaram da seleção empresas com receita bruta total de até R$ 3,6 milhões por ano. Inscreveram-se 20.374 empresas paulistas, e doze delas foram premiadas.


A trajetória das vencedoras é uma lição de negócio para todos empreendedores em 2013.


Profissionalismo


O gerente da unidade de atendimento setorial do Sebrae-SP, Paulo Marcelo Tavares Ribeiro, que ocupa esse cargo há quatro anos, disse que é perceptível a profissionalização do segmento das PMEs durante o período que o organismo de apoio as analisa.


Ao fazer a escolha dos negócios paulistas que participaram em 2012 do prêmio nacional da categoria, Ribeiro priorizou a capacidade dos empreendedores em buscarem e analisarem informações de qualidade. "Muitas empresas se concentram tanto no faturamento, que esquecem de ver como estão os custos. Sem conhecer suas deficiências, sem conhecimento de gestão dinâmica do negócio, a empresa pode se dar mal", afirmou ele.


Tavares Ribeiro também comentou que muitos querem  montar um negócio em um segmento que consideram bom, de muita procura.


"O pequeno empresário diz que o setor é bom, mas depois ele é obrigado a fechar o negócio porque ele não foi buscar informação", esclareceu.


Sobrevivência


Diante da preponderância da informação, da boa gestão e do conhecimento para a sobrevivência do negócio, o Sebrae-SP indicou, em dezembro, para o prêmio nacional de competitividade também empresas que não estão, no momento, avançando no faturamento ou no crescimento.


É o caso da Gikovate Industrial e Comercial Ltda, localizada na zona leste da Capital paulista, uma das vencedoras na categoria Indústria.


A empresa começou produzindo bombons de chocolate há 20 anos atrás. Percebendo as oportunidades do setor de sobremesas, tornou-se fornecedora de uma variada linha e hoje atende mais de 300 clientes, entre restaurantes, hospitais, escolas e cozinhas industriais.


Com 35 funcionários, a empresa valoriza a gestão de sua equipe de trabalho, orientando o treinamento aos funcionários, o que lhe trouxe baixa rotatividade de mão de obra.


Também se preocupa com o meio ambiente e a ideia de sustentabilidade, tendo implementado captação de água de chuva para limpeza de pisos, coleta seletiva de resíduos e controle na utilização de energia elétrica.


A sócia-proprietária, a bióloga Débora Gikovate, disse que "a empresa está avançando, se organizando cada vez mais para enfrentar o mercado de forma planejada, orientada e com gestão que prioriza tanto o atendimento ao cliente, como a nossa equipe de funcionários, prestadores de serviços e terceiros. "
Do ponto de vista de faturamento, explicou a empresária, "2012 não foi um ano satisfatório para nós e, penso, que para a indústria de forma geral". E acrescentou: "Certamente vamos fechar o período com alguma queda em relação a 2011. Tivemos um primeiro trimestre ruim, depois nos recuperamos, mas voltamos a ter dificuldades no último trimestre do ano."


"Para 2013", afirmou Débora, "pretendemos nos aproximar ainda mais dos nossos clientes, manter a cautela que sempre tivemos com a gestão de custos, sem endividamento da empresa, e aproveitar a visibilidade e a confiabilidade que um prêmio como esse nos traz para gerar mais negócios." A empresária também espera que haja mais valorização da indústria nacional, o que considera fundamental para o crescimento do País.


A vencedora da categoria Comércio é a Bauru Fórmula - Farmácias de Manipulação, localizada nessa cidade do interior do Estado. A empresa apresentou ano passado posição parecida.


Com dez anos de mercado e dez funcionários, a Bauru Fórmula Farmácias de Manipulação vem conquistando melhorias na gestão de pessoas, na qualidade dos serviços e na implementação de práticas sustentáveis.


"Para nós, 2012 foi um ano muito positivo", disse Luciana Minetto Trevizani, sócia-proprietária. "Não tanto do ponto de vista do faturamento, que foi estável em relação a 2011, mas na organização da empresa, na gestão e no relacionamento com a equipe de funcionários."


Treinamento


Para o gerente do Sebrae-SP, o crescimento, o lucro e o aumento do faturamento vêm do trabalho bem feito na organização e na estrutura da empresa. Portanto, os  resultados positivos em 2013 virão para os mais organizados, mesmo que ocorram alguns intervalos de dificuldades.


Falando do grupo das empresas paulistas analisadas na recente etapa do prêmio, Tavares Ribeiro disse que o mais surpreendente foram os depoimentos firmes na busca da melhoria contínua da administração e do envolvimento e treinamento de funcionários.


Quanto a este novo ano, o gerente faz parte do grupo que espera que a economia brasileira volte a crescer. "Se o ritmo de crescimento não for superior ao de 2012, o impacto será sentido pelas pequenas e médias empresas. Quando a economia não cresce, o mais atingido é o pequeno."


O gerente afirmou ainda que o ano de 2013 será o de permanecer no mercado, para ganhar mais espaços em 2014.
O Prêmio de Competitividade do Sebrae  é feito em parceria com a Gerdau e a Fundação Nacional de Qualidade e os finalistas da etapa nacional serão conhecidos em abril.

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