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Desemprego é o menor desde março de 2002

Desemprego cai a 4,6% em dezembro e atinge o mais baixo nível histórico

Autor: Daniela AmorimFonte: Estadão

No ano em que o crescimento econômico decepcionou, o mercado de trabalho manteve vigor até o final. Em dezembro, a taxa de desemprego foi de 4,6%, a menor já verificada pela pesquisa do IBGE, iniciada em março de 2002. A taxa do ano também foi a mais baixa da série histórica: 5,5%. No ano em que o crescimento econômico decepcionou, o mercado de trabalho andou na contramão e manteve vigor até a reta final de 2012. Em de­zembro, a taxa de desemprego caiu para 4,6%, a menor já veri­ficada na Pesquisa Mensal de Emprego, iniciada em março de 2002 pelo Instituto Brasilei­ro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desocupa­ção média do ano também foi a menor da série: 5,5%. A queda no desemprego em de­zembro foi resultado de uma re­dução no número de pessoas em busca de trabalho, uma vez que não houve avanço no total de ocupados em relação a novem­bro. Segundo o IBGE, 72 mil pes­soas deixaram de procurar em­prego, movimento provocado pelas festividades de fim de ano. "A busca por trabalho é basica­mente interrompida. Quem con­seguiu se inserir até o início de dezembro conseguiu. Os que não conseguiram interrompem a busca e voltam a procurar traba­lho em janeiro. O comércio já ab­sorveu quem pretendia em ter­mos de temporários até o come­ço de dezembro", disse a pesqui­sadora Adriana Beringuy. O número de ocupados caiu apenas 0,1% ante novembro. Po­rém, em relação a dezembro de houve avanço de 3,1% na população ocupada, o equivalente a mais 703 mil pessoas no mercado de trabalho. "Chama a atenção o aumento na participação da po­pulação em idade ativa.

O merca­do de trabalho teve de gerar mais vagas para absorver essas pes­soas que passaram a procurar tra­balho", disse Carlos Henrique Corseuil, diretor adjunto de Estu­dos e Políticas Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa Econômi­ca Aplicada (Ipea). A taxa de atividade, que mede o porcentual da população em idade ativa que está trabalhando ou à procura de trabalho, aumen­tou de 56,7% em dezembro de 2011 para 57,8% em dezembro de 2012. "Significa que a geração de postos de trabalho foi bastante expressiva", disse Corseuil. Os destaques na geração de va­gas ao longo de 2012 foram co­mércio, construção e serviços, os mesmos setores que devem sustentar o mercado de trabalho também em 2013, prevê Rafael Bacciotti, analista da Tendên­cias Consultoria Integrada. Ele prevê expansão no PIB de 3,2% em 2013 e recuo na taxa média de desemprego no ano para 5,2%. Apesar dos números favorá­veis, o IBGE diz que não é possí­vel falar ainda em pleno empre­go, por causa das desigualdades entre as regiões metropolita­nas.

"Se abrir para o interior do País, vai ter um quadro ainda mais longe do pleno emprego", disse Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. São Paulo teve média de 53,1% dos trabalhadores do setor priva­do com carteira assinada em 2012, enquanto no Recife o por­centual caía para 44,4%. O rendi­mento médio no ano também foi diferente entre as regiões: os recifenses receberam R$ 1.312,95, e os paulistanos, R$ 1.908,01. Em 2012, a renda média real no País foi de R$ 1.793,96, uma alta de 4,1% em relação a 2011. "A especialização da mão de obra acaba contribuindo para esse ga­nho salarial", disse Felipe Leroy, professor de Economia no Ibmec. De novembro para dezem­bro, porém, houve ligeiro recuo na renda média dos ocupados.

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