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Salários de gestor tributário crescem, em cenário de ajuste fiscal

Um gerente contábil/fiscal de grande empresa que ganhava entre R$ 10 mil e R$ 24 mil, em 2014, passou a receber entre R$ 12 mil e R$ 26 mil, em 2015, diz levantamento da empresa Robert Half

A alta carga tributária que uma empresa brasileira paga se tornou ainda mais pesada após o ajuste fiscal ter começado a ser colocado em prática pelo governo federal. O momento dificulta a vida de quem tem um negócio, mas pode trazer boas oportunidades para o gestor tributário. Uma pesquisa da empresa de headhunter Robert Half mostra que a área está aquecida, principalmente em grandes empresas. Um gerente contábil/fiscal, de companhias de maior porte, recebia na faixa entre R$ 10 mil e R$ 24 mil, no ano passado, e passou a ganhar entre R$ 12 mil e R$ 26 mil, neste ano. No mesmo período e tipo de empresa, o analista júnior, que tinha um salário entre R$ 3 mil e R$ 3.500, atualmente recebe entre R$ 3.500 e R$ 4.200.

“Desde o governo Fernando Henrique Cardoso até os dias atuais, a área tributária é cada vez mais complexa, o que tem ajudado a aumentar o mercado de trabalho do setor. Mas toda vez que há alta dos impostos, como atualmente, empresas que ainda não têm gestores tributários colocam a questão na pauta do seu setor estratégico, com objetivo de otimizar a carga. As companhias vêm investindo nessa área, porque o descontrole sai muito caro”, explica a professora de gestão tributária da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), Ana Claudia Akie Utumi.

A carreira

Para ser um gestor tributário não é preciso uma formação específica. Profissionais de direito, economia, administração e contabilidade podem atuar na área, que conta com cursos de especialização. Quem quiser seguir na carreira, entretanto, tem que saber que é preciso muito estudo e dedicação, como adverte Ana Claudia.

“O gestor tributário precisa entender do negócio no qual ele está inserido, o conceito do que está por trás e as nuances daquela empresa. Precisa gostar de ler. A cada nova legislação tem que reaprender tudo de novo. O cargo não tem rotina, cada dia há um desafio diferente. Quem não gosta de mudança, não se identifica.”

Segundo a professora é o excesso de estudos que garante a alta na remuneração dos profissionais. “A formação na área tributária é muito complexa, com vários anos de treinamento. Pessoas que têm esse perfil conseguem negociar muito bem o salário e ganhar mais”.

Ex-aluna de Ana Claudia na Fipecafi, Danielle Castilho corrobora com sua antiga professora. “É uma área que remunera bem, tem muito trabalho e é preciso estudar muito. É promissor por conta da dificuldade.”

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