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Indicadores apontam para recuperação econômica do país no 3º trimestre deste ano

Medidas adotadas contiveram aprofundamento da crise ocasionada pela pandemia; SPE/ME mantém a projeção de crescimento real do PIB em -4,7% (2020) e em 3,2% (2021)

“A projeção oficial de crescimento real do PIB para 2020 foi mantida, diante da melhoria dos indicadores, refletindo efeito positivo das políticas que têm sido adotadas. Em outras palavras, mesmo com prolongamento do isolamento, as medidas tomadas contiveram o aprofundamento da crise ocasionada pela pandemia da Covid-19”. A análise é do coordenador-geral de Modelos e Projeções Econômico-Fiscais da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME), Sérgio Gadelha, durante apresentação da Conjuntura Macroeconômica e Arrecadação Bruta de Tributos Federais, nesta quinta-feira (20/8), em coletiva virtual.

Segundo Gadelha, os principais indicadores de confiança reforçam a continuidade da recuperação do país. A exemplo das projeções econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que vêm subindo desde julho, os indicadores demonstram retomada da atividade econômica na indústria, no comércio, serviços e construção civil.

Além disso, os Índices de Confiança do Empresário Industrial (CNI e Fiesp) sinalizam recuperação da produção industrial devido à melhora da percepção das condições atuais e, principalmente, da expectativa de retomada da atividade econômica.

Em relação ao varejo, os sinais também são otimistas e apresentam crescimento das vendas, o que sinaliza recuperação do consumo das famílias. De acordo com Gadelha, espera-se que o varejo continue em linha ascendente diante da flexibilização das medidas de distanciamento social e da recomposição da renda das famílias.

Os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) e da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) também refletem a melhora da atividade econômica em curso.

Alta frequência

A mediana das expectativas de mercado constantes no recente Relatório Focus, do Banco Central, indica contração de -5,52% (2020) e de 3,5% (2021). Esse resultado demonstra um alinhamento entre as projeções de mercado e as projeções da SPE mostradas anteriormente. Além disso, o consumo de energia segue próximo aos patamares de 2019.

Em relação ao faturamento nominal do comércio varejista, os resultados refletem a recuperação do consumo das famílias em bens, enquanto que o consumo das famílias em serviços – setor mais afetado pelas medidas de isolamento social – tem se recuperado a um ritmo mais lento. Mas espera-se uma melhora nesse setor nos próximos meses. Apesar do atual cenário apresentar incertezas, os dados de alta frequência no início de agosto indicam continuidade do processo de retomada econômica.

Arrecadação

A SPE comparou também os dados de arrecadação disponibilizados hoje pela Receita Federal com as expectativas mapeadas pelo Prisma Fiscal. O Prisma é um sistema de coleta de expectativas de mercado para acompanhar a evolução das principais variáveis fiscais brasileiras: arrecadação das receitas federais, receita líquida do governo central, despesa total do governo central, resultado primário do governo central e dívida bruta do governo geral.

Em particular, a arrecadação total em julho veio apenas 1,2% menor do que o esperado pelo mercado, denotando substancial redução da incerteza em relação ao valor da arrecadação federal. “Expectativas de aumento de arrecadação representam otimismo por parte do mercado com relação à recuperação da atividade econômica nos próximos meses”, informou Gadelha.

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